terça-feira, 27 de janeiro de 2009

»E dizem mesmo...«

Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

»Sexagésima Divagação: Plantando Flores«

Foi plantando flores que conquistei minha linda borboleta de olhos clarinhos. Me rendeu mel também, muito mel. Um trabalho lascado para tirar as ervas daninhas, putz...

Mas eu fui relaxando... Deixei mato crescer, capim se alastrar. E as abelhas se foram... As rosas morreram e a borboletinha foi embora. Me deixou triste, triste.

E aí eu fui ficando triste. Cada vez mais triste. O capim fez sombra pra eu esconder-me de mim mesmo. A tristeza se alojou, como um cupim na madeira, comendo tudo.

Deixei triste mais gente. E mais gente...
E mais gente.

Sem flores o quintal ficou feio, ninguém mais olha para ele. E com esse monte de capim, sem mel. Sem mel, tudo ficou tão amargo.

Fui indo cada vez mais pro meu casulinho. O duro foi que eu não virei o que gostaria.

Preciso cortar as ervas daninhas, tirar o mato.
Espero borboletas em meu jardim.
Quero o doce do mel, para isso, abelhas.

Para isso eu levantei.
E fiz força.

Com vontade e com orgulho, sem vergonha de dizer que chorei e cai.
Sem medo de admitir que deixei o capim crescer e que descuidei das rosas.
Hoje eu renasço.

Incorporo quem a muito eu não incorporava. E choro pelo saudosismo gostoso da molecagem de ser livre, ser fogo, ser imortal. Pois hoje renasço como quem renasce das cinzas, do pó.

Hoje me faço phoenix.

Hoje começo a plantar flores em meu jardim.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

»Momentos«

Existem momentos fortes, assim como os de força.
Os de fé de joelhos e os de pés no chão.
São momentos juntos, separados, deitados
Eu e você

As tais coisas da vida tornam tudo delirante
Marcando passos no peito aos compassos do violão
Criaturas surgem e idéias malucas sem solução
Assim, só eu e você.

Quero alcançar sua solidão e tirá-la daí
Fazer sua tristeza chorar de alegria
Quero rascunhar planos e torná-los
Momentos

Temo que você não veja o que faço
Mas isso pouco importa porque sei como acaba
Pra dizer a verdade algo nos aguarda
Dias de chuva, primaveras; florescer.

Quero alcançar sua solidão e tirá-la daí
Fazer sua tristeza chorar de alegria
Quereo rascunhar planos e torná-los
Momentos

domingo, 18 de janeiro de 2009

»Passando pela Sociedade Alternativa«

Canto para Minha Morte
Composição: Raul Seixas e Paulo Coelho

Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

»Fase Metamorfa«

A maçã
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho

Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...

Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...

Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar...

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...

Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...

Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar...

sábado, 10 de janeiro de 2009

»Eu e o Passado Perfeito«

Eu vi fotos que não deveria ter visto. Eu sinto coisas que não deveria sentir. Eu ouço sons que não existem mais.

Eu procuro migalhas onde nada passou. Eu idealizo o que não está à mão. Eu lembro de conselhos que me doem.

Eu gasto palavras com quem não lê. Eu escondo sentimentos de quem não deveria. Eu sou fraco por execesso de força.

Eu retenho rancor de ventos passageiros. Eu mobilizo pessoas que não podem parar. Eu me jogo contra a parede sabendo que ela não vai ceder.

Eu lembro de corpos nus e panos entrelaçados. Eu sinto o frio da chuva e teu calafrio nos seios. Eu revejo filmes que passaram tão rápido.

Você? Eu preciso te esquecer.
E você? Eu preciso te contar.

Pra mim?

»Mais Um«

Ao amor, meu grande amor, que seja perfeito.
Não a perfeição pretenciosa da falta de erros,
Mas o amor com defeitos, com colinas, aterros.
Trazendo do defeito, puro calor no peito.

Dele espero que me faça crescer novas cores,
Que antigos perfumes se tornem novos desejos
E corram por mim como recém desbravadores
Serrando mata a encontrar princesas em seus cortejos

Para o amor doo meu corpo, entrego minha alma
Faço de meu coração um ninho de gracejos sutis
Atirando-me num salto mortal direto aos seus quadris

Ah!, o que seria de mim sem o saudosismo do amor?
Senhor, o que seria da vida sem o romantismo sedutor?
Nem o último sonho salva o que o amor não acalma.



Uma saudade do abraço. Eu sentado, você de pé e meu rosto contra sua barriga.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

»Pray«

I know that I can't turn back time
Just to undo all my mistakes
I'm not gonna cry for the rest of my days
I will do whatever it takes

Cause I still care about you
And time is long overdue

I pray on my knees
For you


Musiquinha bacana.

»Da última vez que tive cabelos curtos«

Isso faz tempo, cinco anos. E antes disso ele era roxo.

Antes eu não tinha barba e minha cara era de mais novo do que já é. Eu era chamado de Phoenix por alguns. Nesse meio tempo conheci inúmeras pessoas. Foi meu tempo de faculdade. Aliás, quatro em Campinas e dois em Taubaté. Hoje ansioso por Guará. Nesse meio tempo eu tive histórias infinitas. Meu último namoro foi inteiro de cabelos compridos. Cabelo e barba... Tadinha. Hoje eu tenho os fios de cabelo que tive no segundo ano, quando minha paixão era prima de meu amigo. E que paixão foi aquela, que só passou no segundo... segundo ano de faculdade, quando conhecia a última. Não podemos desmerecer meu terceiro colégio e todas as curvas, mas aquela foi complicada.

Vou deixar a barba crescer e ver como fica. Vou tomar um bronze, só pra ver como fica. Talvez eu até faça outra faculdade, uma outra hora, só para ver como é que é. Quem sabe eu case. Há a possibilidade de comprar uma bicicleta. Existem N possibilidades.

Os cachos voltaram no tempo. Mas minha vida sempre foi cabeluda, seja com cabelo, ou não.

»Hum...«

Alone

"Não se pode fazer nada sem a solidão"
Pablo Picasso

"Tente abraçar alguém no trabalho, pela manhã. Pega mal, vão dizer que você precisa de terapia. Mas tente roubar um beijo no meio da madrugada. Você será visto como um herói entre os tímidos. Tente o afeto de tarde, em plena rua. Tente abraçar demoradamente um guarda de trânsito. Você será preso. Preso e condenado. Porque o afeto não é algo simples e discreto. Afeto não é rápido, fácil e prático. Afeto não funciona com álcool e gasolina simultaneamente. O amor como audácia. Tente secar um mar de dureza. Tente a leveza. Aos jovens, um céu dos infernos. Tente flutuar sozinho... tente trocar alucinógenos por carinho."

(André Dahmer - retirado de Folhateen, p. 12 - Folha de S. Paulo do dia 05\01\2009)

Muito o que escrever, nada para falar.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

»Livro, Pink Floyd e uma Imaginação«

Esse foi o primeiro dia do ano...

E nada pra contar. Não saí de casa, mal levantei. Atravessei cidades totalmente desertas, infestadas de radição. Os geigers não paravam de tilintar. Além de passear por cidades fantasiosas, cheias de tecnologia mas com aquele ar medieval.


O tempo está escaldante.

Por dentro pulsações de prazer ao som da guitarra, do órgão, do sintetizador. O transe é inevitável: Floyd é uma paixão. Remember when you were young, you shone like the sun. Lembranças que magoam o coração apertado.

Quando os saxofones começaram percebera que estava sob o controle do álcool. Isso sem falar de outras tantas drogas: Cafeína, adrenalina, serotonina... Não, outra ina não. Havia chegado a hora de parar, de dominar. Não sofria de tentações, conseguia sobreviver a percalços, tropeços inúmeros. Mas nunca lidou bem com o que tinha dentro de si. E as lembranças eram cruéis.

O sangue estava escorrendo pelas mãos. A lembrança parecia real. Não, isso não poderia estar acontecendo! Estava chorando como a criança sem o doce. Novamente.

Mas, de quem era aquele olhar?

Sim, eu divago pois este é o propósito.

Cada ano está ficando mais curto, parece que nunca acharei tempo.
Planos que acabam em nada ou em meia página de palavras rascunhadas.
O tempo se foi, a canção acabou. Eu achei que tinha algo mais a dizer.
The child is grown.
The dream is gone.
And I have become comfortably numb.