sábado, 29 de novembro de 2008

»Apenas Cinco Coisas«

Talvez hoje eu não tenha muito o que escrever, pois hoje foi dia de escutar.

Escutei o que minha consciência tinha para me falar. Escutei enquanto andava para o trabalho, enquanto acordava, enquanto socorria minha imaginação de mim mesmo. Eu não parava de escutar o Grilo cochichando, informando que era dia 28 de novembro, dia fatídico, mas que ia passar. E passou.

Durante a noite passei a ler. Li pessoas escrevendo mensagens de preocupação, mensagens de euforia, de glória, de ajuda, de saudade. Li palavras novas, com um tom de rosa que a muito eu não via. Indaguei-me sobre o amor, sobre os caminhos e até sobre como ainda sou capaz de amar. Discuti sobre autores, sobre jóias literárias, sobre páginas em branco.

Estou escrevendo em minhas páginas em branco. Escreve também!

“Quero apenas cinco coisas…

Primeiro, o amor sem fim…

A segunda, ver o outono…

A terceira, o grave inverno…

Em quarto lugar, o verão…

A quinta coisa são teus olhos…

Não quero dormir sem teus olhos.

Não quero ser sem que me olhes.

Abro mão da primavera para que

continues me olhando.”

Pablo Neruda


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