quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

»O Mal Crônico«

O mal crônico não vem das relvas, das pastagens e selvas. O mal crônico está a galope, marchando com o estandarte fincado em algum lugar que você não percebe. O anacronismo dessa caminhada paulatina faz o homem cair e o cavalo pisar. O clichê torna-se inusitado e o surpreendente fica acanhado. Dessa toda explosão, torcemos para que as ferraduras não nos acertem mais do que o necessário.

O mal crônico é incontrolável e exibido. Faz questão de mostrar-se e vangloriar-se: "Estoy aqui!". Ou quem sabe "here and now". Não interessa o modo, ele mostra dentes ragendo, unhas roídas e ansiedades máximas. O mal crônico é insuportável. Fazendo-se de tolo ele finca os dormentes e faz o maquinista ir a toda.

O mal crônico existe, mas não deveria.
Ele age, mas não enxerga.
Ele ri sem senso de humor.

O mal crônico.

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